Em pacientes gravemente enfermos, a dor aguda ocorre com frequência, causa ativação simpática, liberação de mediadores inflamatórios e potencial disfunção orgânica, sendo os rins potencialmente sensíveis a lesões mediadas por inflamação. Este estudo teve como objetivo explorar a associação entre dor aguda em pacientes críticos e a ocorrência de lesão renal aguda (LRA).
Foram analisados dados de uma coorte retrospectiva de pacientes adultos internados entre junho de 2013 e junho de 2016 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital terciário de São Paulo, Brasil. Os principais critérios de exclusão foram tempo de permanência na UTI < 48 horas, coma e disfunção renal prévia. O desfecho (LRA) foi definido como elevação do nível basal de creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dl e/ou > 50% a qualquer momento após as primeiras 48 horas de internação na UTI. Foram realizadas regressão logística multivariada e análise hierárquica de cluster.
A incidência isolada de dor foi de 23,6% e a incidência de dor com duração > 5 dias foi de 10,6%. LRA ocorreu em 31,7% da coorte. Na análise logística multivariada, duração da dor > 5 dias (OR 5,25 IC 2,19–12,57 p < 0,01) e ventilação mecânica (VM) ≥ 3 dias (OR 5,5 IC 2,3–13,5 p < 0,01) foram as variáveis com associação positiva com LRA . A análise hierárquica de cluster reforçou a relação entre LRA, VM e duração da dor.
A dor é uma questão especialmente importante em pacientes gravemente enfermos e neste estudo exploratório parece estar associada ao desenvolvimento de LRA. A busca por um controle mais rigoroso da dor na UTI é fundamental e pode influenciar na disfunção orgânica.
Foram analisados dados de uma coorte retrospectiva de pacientes adultos internados entre junho de 2013 e junho de 2016 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital terciário de São Paulo, Brasil. Os principais critérios de exclusão foram tempo de permanência na UTI < 48 horas, coma e disfunção renal prévia. O desfecho (LRA) foi definido como elevação do nível basal de creatinina sérica ≥ 0,3 mg/dl e/ou > 50% a qualquer momento após as primeiras 48 horas de internação na UTI. Foram realizadas regressão logística multivariada e análise hierárquica de cluster.
A incidência isolada de dor foi de 23,6% e a incidência de dor com duração > 5 dias foi de 10,6%. LRA ocorreu em 31,7% da coorte. Na análise logística multivariada, duração da dor > 5 dias (OR 5,25 IC 2,19–12,57 p < 0,01) e ventilação mecânica (VM) ≥ 3 dias (OR 5,5 IC 2,3–13,5 p < 0,01) foram as variáveis com associação positiva com LRA . A análise hierárquica de cluster reforçou a relação entre LRA, VM e duração da dor.
A dor é uma questão especialmente importante em pacientes gravemente enfermos e neste estudo exploratório parece estar associada ao desenvolvimento de LRA. A busca por um controle mais rigoroso da dor na UTI é fundamental e pode influenciar na disfunção orgânica.
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